• 10 Anos dez fotos - Passadiço do Paiva
  • O rio Paiva como eu o vi.
  • É difícil encontrar palavras para descrever este rio e o seu complemento: o passadiço do Paiva. Nada mais me ocorre, além de um leque de cores. Uma mistura rica que tem um tom azul-turquesa.
  • A praia do Areinho convidava a um mergulho, ninguém em seu prefeito juízo cedia à tentação de o fazer, correndo o risco de ficar com moleza para fazer o percurso. Aqui o rio corre pachorrento e silencioso, talvez tenha medo de acordar o gigante adormecido, que repousa nas suas margens e com o passar do tempo o seu coração tornou-se empedernido e xistoso. Durante anos o rio foi acariciando a sua fúria e as suas lâminas agressivas foram polidas.
  • A praia, um local ermo e calmo convida a ficar, mas não muito longe dali a grande muralha da china (versão de madeira) cresce pelas cristas quartzíticas e serpenteia montanha acima. Aos seus pés o rio corre num vale profundo em forma de garganta. O gigante não gostou da brincadeira e não lhe deu espaço para se expandir e ficou este local conhecido pela garganta do Paiva é um dos geossítios classificados no Geoparque e não há dúvida que a sua beleza é fantástica. De um lado cresce uma parede ocre de xisto que mergulha a pique no rio. Do outro, uma vertente menos agressiva de onde se destaca a grande muralha da china que foi batizada de passadiços do Paiva.
  • O que mais me atraiu foi a cor das águas do rio. Uma mescla de tons azuis e verdes pincelados com branco. Na zona mais baixa do rio os raios solares pintam os seixos polidos com uma palete de cores, que nem o mais completo catálogo de tintas faz referência.
  • É perdido neste cenário que vou subindo a grande muralha, que não demora mais de 30 minutos e como prémio do esforço despendido tenho vistas avassaladoras sobre o vale. O rio, passadiço e a estrada correm paralelos e formam linhas de uma pintura de Miró.
  • É necessário parar com alguma frequência para regularizar a respiração e ao mesmo tempo contemplar a paisagem e guardar na memória o espaço envolvente, rostos, cheiros e sons. A subida pode ser extenuante, mas somos compensados com a maravilhosa paisagem.
  • Chegamos ao fim da subida, que lentamente serpenteou por um sem número de árvores que lhe dão um certo encanto, de onde líquenes crescem como barbas numa pele enrugada pelo tempo. Perfeitamente integrado na paisagem o passadiço impõe o seu respeito e obriga a retirar uma peça de roupa.
  • Atingimos o ponto mais elevado do passadiço, há que descer. E, a partir daqui é quase sempre a descer. Essa foi a grande vantagem de começar na praia do Areinho.
  • No meu ponto de vista a parte nova dos passadiços foi uma mais-valia a este grandioso projeto, deste modo o percurso é feito quase na sua totalidade em passadiço de madeira.
  • Há zonas de sombra, o que tornou o percurso mais agradável no tempo quente, mas, muito frio na época mais fria.
  • Ao longe depois de desfazer a curva, um fio branco projeta-se montanha abaixo, é a cascata das Aguieiras. Neste dia o caudal era abundante e a mancha de água era visível na paisagem.
  • O melhor ainda estava para vir. Quando iniciamos a descida na outra vertente, o rio que corria ou fundo deixa-me deslumbrado.
  • A intensidade dos tons turquesa, mesclando-se com os azuis fortes para se deixar seduzir pelos tons pálidos.
  • A tranquilidade da cor azul-turquesa, leva o pensamento para o relaxante oceano, onde reina a paz refrescante. Apetece mergulhar com o desejo de purificação e libertar o stress mental e cansaço. É uma cor que me anima e me dá forças renovadas e ideias novas, ser mais comunicativo e criativo e é um estimulante para a minha imaginação.
  • Olhando mais longe o rio que serpenteia a dura rocha, a cor muda para azul o que me faz sentir descontraído e calmo, como o imenso e escuro mar durante a noite. Se lhe misturar um pouco de branco a minha paleta está completa.
  • Quando os meus olhos seguem o percurso do rio, o passadiço também faz o mesmo, não o abandona, é o seu anjo da guarda.
  • Deixando para trás a imensa escadaria que serpenteia a encosta, entramos numa zona mais calma e inclinada. O rio começa a fugir para foz, deixando para trás as plácidas águas do seu leito. Mas tão depressa corre, como fica parado ou espraiando-se no belo areal da praia do Vau, onde as margens cobertas de tom verde é um convite a uma paragem.
  • Aqui a ponte de arame que permite ligar as duas margens do rio nesta zona, embora o percurso não exija que se atravesse a ponte, fazê-lo é quase obrigatório. Do cimo da ponte é possível observar o rio de uma perspetiva completamente distinta daquela que as margens nos dão. Para além disso, dá belas fotografias. Todo este lugar é idílico.
  • Depois do rio ser espreguiçar na praia do Vau, enerva-se, e vai de encontro de um afloramento de rocha dura, no qual ganha velocidade. Estamos na zona dos rápidos. Passadiço de madeira a acompanhar este percurso dá um excelente local para contemplar o rio. Esta zona é ótima para a prática do rafting. A sucessiva série de quedas dá origem a rápidos sucessivos e a uma sucessão de piscinas naturais em rochas pálidas. A dinâmica fluvial do rio é mestre por estas bandas. Continuando, o percurso dos Passadiços do Paiva prossegue em direção a Espiunca. O trilho termina junto à ponte sobre o Paiva.
  • Foi considerado ainda não há muitos anos o rio menos poluído da Europa.
  • Depois de um contacto direto com a natureza, descobrimos paisagens e lugares que nunca imaginamos existir, e que, até a bem tempo, estavam praticamente inacessíveis.
  • No final estávamos todos um pouco molhados, mas radiantes e satisfeitos. Depois de terminar a nossa aventura nos Passadiços do Paiva deliciamo-nos com a gastronomia local, e não resistimos a um bom bife de Alvarenga.
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