• 10 Anos dez fotos - O trilho dos miradouros
  • O dia estava brumoso, assim, deixava-se antever um dia húmido e cinzento. De vez em quando, o céu enegrecia o tom de cinza e prometia molho. Não parecia um dia de verão, antes pelo contrário, mais parecia que estávamos em pleno inverno ou num daqueles dias de outono que convida ao conforto do lar e ao som do crepitar da lareira.
  • Para mim, a bênção de lá voltar a Paredes de Coura, com o encanto de conhecer novas paragens. Por certo que foi aproveitar uma das generosas dádivas que a natureza me pode dar.
  • Partimos rumo à aventura do desconhecido e do imaginário. Por certo que o imaginário tem muito a ver com este trilho. Podemos entrar num mundo mágico e de fantasia, basta deixarmos fluir a nossa imaginação e criar o nosso mundo surreal. Um passeio pela natureza, caminhar entre as árvores é um bálsamo para a melancolia, combate o stress, ajuda a resistência física e fortalece os laços de amizade.
  • Crescem nos locais mais variados, plantas floridas que enchem de cor qualquer foto, quer seja nos prados, campos de cultivo ou bosques, mas também no cimo dos rochedos, como documentam as muitas fotos tiradas.
  • Neste trilho rodeia-nos um ambiente bucólico que se estende por uma grande área. A paisagem é como um livro que se abre e, no desfolhar das páginas, encontramos um mundo diferente e novo ao mesmo tempo.
  • Depressa descobrimos um a um os miradouros. Alguns assentes sobre uns blocos de granito, que parecem ter surgido do nada, mas que dá para observar uma bela panorâmica sobre os campos de cultivo, em socalco, ora bordeados por vegetação, ou limitados por muros de pedra solta. As serras destacam-se pelo contraste negro de um céu cinza, bordando manchas de azul celeste. O miradouro permitiu-nos ter uma panorâmica sobre o vale do Rio Coura e constatar como este foi moldando e desenhando a paisagem através do seu serpenteante trajeto. Saltando de miradouro em miradouro, embrenhamo-nos no coração da Área Protegida do Corno do Bico e fomos engolidos, completamente, pela vegetação que nos cobria como se de uma abóbada se tratasse e, pouco a pouco, íamos ganhando altitude. Tínhamos, então, que vencer o desnível do próximo miradouro — Corno de Bico, o ponto mais elevado desta área e do concelho. Havia sempre numa subida suave, para alcançar mais um miradouro. A vista era magnífica e a paisagem majestosa, abrindo-se quer para o Vale do Rio Coura, quer para os Vales dos Rios Vez e Lima. Na paisagem destaca-se, a sequência de cumes das Serras da Peneda e do Soajo, o cume aplanado da Serra d’ Arga, ao longe, ainda, as montanhas da Galiza. Ainda pudemos apreciar uma panorâmica de elevada beleza sobre a encosta norte da Serra do Corno de Bico e sobre o Vale do Rio de Cavaleiros. O céu era o limite e a vista magnífica! De repente um grande número de cavalos que pastavam em liberdade, é a atração.
  • Há histórias dentro do trilho, lembro-me de ouvir alguém dizer que escutava o silêncio. Parece irónico, mas é verdade. O silêncio também tem som e só quem realmente o quiser ouvir é que pode ter esse privilégio. Conversar com a natureza, ouvi-la e respeitá-la são privilégios de poucos. E essas pessoas merecem respeito.
  • Espero que este pequeno trecho seja uma mais-valia para o alimento do saber e do conhecimento. Para mim, é. E o facto de partilhá-lo convosco é uma forma de aumentar a minha amizade.
  • Espero voltar a Paredes de Coura e explorar um pouco mais este território, para mim, ainda desconhecido.
  • Ferrisant
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